domingo, 17 de setembro de 2023

EM DEFESA DA VIDA

EM DEFESA DA VIDA

Nosso Senhor Jesus Cristo, trouxe vida e vida com abundância, (João 10,10). Ele é o pão da vida (João 6,48). Ele ensinou o valor da vida dizendo: “Não matarás”, (Mateus 19,18). E o seu maior ensino foi: “Amarás o Senhor teu Deus e o próximo como a ti mesmo”, (Mateus 22,37 e 39).


O sistema implantou na pós-modernidade a cultura de morte que os homens têm absorvido vergonhosamente. Por meio tecnológico, a indústria da desvalorização da vida tem destruído milhões de pessoas.  Antônio Ermínio de Moraes, falecido em agosto de 2014, famoso empresário brasileiro disse: “Enquanto o mundo nega 25 milhões de dólares para alimentar crianças (em pleno século 21, a fome ceifa 5 milhões de crianças todos os anos), os Estados Unidos dão aos fazendeiros subsídios da ordem de 200 bilhões anuais para que, na prática, não plantem alimentos. Na União Europeia, a cifra é de 135 bilhões de dólares. Isso significa que os países ricos gastam cerca de 1 bilhão de dólares por dia para impedir a produção de comida”.


“Visto que o homem foi feito à imagem de Deus, então tirar-lhe a vida significa destruir a coisa mais preciosa e santa do mundo”, escreveu o escritor escocês Willian Barclay em seu livro: Guia de ética para o homem comum.


A Primeira Guerra Mundial é um exemplo clássico. Vez após vez durante aquele conflito terrível, “homens eram sacrificados sem nenhum objetivo”, diz o historiador britânico A. J. P. Taylor. Na busca de prestígio, líderes militares consideravam os soldados inúteis e dispensáveis. Na batalha de Verdum, França, houve mais de meio milhão de mortes. “Não havia nada de valor estratégico a se ganhar ou perder”, escreve Taylor, “apenas homens a serem mortos e glória a ser conquistada”.


Desprezo similar pela vida ainda é comum. O célebre pensador americano Dr. Kevin Bales declara que: “em tempos recentes, a explosão demográfica inundou o mercado de trabalho mundial com milhões de pessoas pobres e indefesas”. Elas enfrentam uma batalha sem fim apenas para sobreviver num sistema comercial opressivo em que “a vida não vale quase nada”. Aqueles que os exploram, diz Bales, os tratam como escravos – “instrumentos de fazer dinheiro totalmente descartáveis”.


O ser humano tem que ter consciência da sua responsabilidade diante do mal, para não ser um instrumento nas mãos do sistema em prol da destruição da vida. Amar o dom da vida e promove-la é a rejeição de toda cultura de morte. A nossa missão é a promoção da valorização do dom da vida com toda a sua dignidade.


O Papa emérito Bento XVI, na homilia da missa celebrada na Basílica de São Pedro pouco antes do início do conclave, o então renomado erudito cardeal Joseph Ratzinger disse: “O nosso ministério é um presente de Cristo aos homens, para construir o seu corpo – o mundo novo”. Esse mundo novo tem como protagonista o ser humano com seus valores respeitados, sua existência fundamentada no direito natural e no contexto da cultura de vida e vida abundante.


São Paulo Apóstolo, pregando em Atenas no Areópago para os atenienses, estrangeiros, e alguns filósofos epicureus e estóicos afirmou: “Deus é que dá a vida a todos”, (Atos 17,16-26). O valor da vida deve ser defendido e protegido com respeito, justiça paz, terra e pão para todos e para sempre.


Dr. Frei Inácio José do Vale

Psicanalista Clínico, PhD

Professor e Conferencista

Sociólogo em Ciência da Religião

Doutor em História do Cristianismo

Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas-Charles de Foucauld

Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ. E da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ.

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