quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

NOMOFOBIA: O VÍCIO DO CELULAR

 

NOMOFOBIA: VÍCIO DO CELULAR

 

O termo nomofobia (uma abreviação, do inglês, para no-mobile-phone phobia) foi criado no Reino Unido para descrever o pavor de estar sem o telefone celular disponível.

Na realidade, este neologismo atualmente tem sido muito utilizado para descrever a dependência (também conhecida como uso problemático ou compulsão) do telefone móvel. O termo surgiu na Inglaterra, onde mais de 50% da população é possuidora de celulares e mais de 13 milhões de britânicos, em pesquisa realizada pelo Instituto YouGov para o Departamento de Telefonia dos Correios britânicos.


Nomofobia é uma relativamente nova doença que pode ser definida como o medo de ficar sem celular, até mesmo pânico, caracterizando uma fobia de ficar sem celular. E não é um transtorno para ignorar, porque pode ter consequências para a saúde. Entre os sintomas mais comuns, ansiedade e estresse de perder o telefone ou não ter cobertura de operadora de internet / WiFi para se manter conectado.


Medo, ansiedade, estresse e ataques de pânico ao pensar em sair sem celular. Os sintomas podem levar a outros efeitos colaterais, como tremores, sudorese, tontura, dificuldade em respirar, náuseas, dor no peito, aceleração da frequência cardíaca. São sintomas de dependência. Esta dependência psicopatológica vai além de uma fobia simples, de modo que os remédios naturais, tais como anti-ansiedade podem não ser eficazes. Baixa autoestima e dificuldades nos relacionamentos sociais são fatores de risco que podem causar nomofobia.


O vício no sistema de recompensa de redes sociais – como os likes de facebook, retuítes, views em vídeo de youtube, e ‘corações’ no Instagram – também pode ser um fator que contribui na dependência, pois é uma forma de obter pequenos prazeres psicológicos de forma fácil e rápida.


As pessoas que apresentam uso abusivo do celular têm maior chance de desenvolver transtornos psiquiátricos como ansiedade, depressão e sintomas de impulsividade, embora a relação de causa-efeito nem sempre seja fácil de ser estabelecida. Problemas físicos frequentemente ocorrem, incluindo fadiga, patologia ocular, dores musculares, tendinites, cefaleia, distúrbios do sono e sedentarismo.

Buscar tratamento


Há países que não reconhecem o problema oficialmente, outros sim; na Coreia do Sul a dependência de internet foi classificada como 'problema de saúde pública' e é tratada em hospitais" (bbc.com, Ricardo Senra. 8/2/2018).


Sugestivas são as declarações do psicólogo norte-americano Adam Alter, autor do livro "Irresistível". Em ampla reportagem, ele afirma que "o vício às telas é muito mais extenso que o das substâncias (que afetam a uma parte muito pequena da população), e avança de uma maneira silenciosa. Ser viciado em heroína não está socialmente aceito; mas ser viciado em tecnologia, é. As pessoas esperam que respondas as mensagens imediatamente, no elevador, ou enquanto janta". (Sandro Pozzi. El País, Madrid. 25/2018).


As empresas promotoras dos meios de comunicação eletrônicos conseguiram que na mão de quase todo mundo haja um aparato, que seu uso se transforme em necessidade, e que seja difícil 'desconectar-se'. Aí está o problema. Lhes interessa que os usuários passem a maior parte do tempo 'presos' a estes artefatos pois, é o objetivo de suas vendas. Singularmente vemos uma contradição, se constata que muitos dirigentes, destas companhias, mandam os seus filhos para colégios livres de tecnologia...


Se você se encontra dentro desse contexto patológico, procure um profissional da saúde mental e siga o tratamento para viver com qualidade de vida, ou seja, saúde física e psicológica.


Dr. A. Inácio José do Vale

Psicanalista Clínico, PhD

Escritor e Conferencista

Professor de Pós-Graduação na Faculdade Norte do Paraná

Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ, e Membro da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ.

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