segunda-feira, 16 de outubro de 2023

REDES SOCIAIS E A DEPENDÊNCIA

 

Redes Sociais e a Dependência 


Um estudo pelas renomadas universidades de Stanford e Nova York, considerado um dos mais exaustivos realizados até agora nas redes sociais, mostrou que deixar o Facebook melhora a saúde mental, sociabilidade e disposição das pessoas.

 


O estudo avaliou mais de 2.800 pessoas recrutadas precisamente por meio de anúncios na rede social. Metade foi convidada a desativar suas contas do Facebook por quatro semanas, enquanto a outra metade serviu como um grupo de controle. Os participantes foram submetidos a vários testes sobre a atualidade e descreveram suas rotinas diárias e seu humor durante todo o experimento. 


Os responsáveis ​​pelo estudo monitoraram suas contas para garantir que aqueles que foram escolhidos para deixar a rede social permanecessem inativos. 


As conclusões do estudo são nítidas. Aqueles que pararam de usar o Facebook relataram passar mais tempo socializando com amigos e familiares e fazendo atividades não relacionadas à Internet, como assistir TV. O tempo gasto em outras redes sociais diferentes também diminuiu. "A desconexão causou pequenas mas importantes melhorias no sentimento de felicidade e satisfação e reduziu os níveis de ansiedade e depressão", dizem os responsáveis ​​pelo estudo. 


Após as semanas de desconexão, os usuários voltaram a usar a rede social, mas reduziram o tempo gasto diariamente nela, indicando que até mesmo uma desconexão temporária pode ter efeitos positivos nos hábitos das pessoas. O tempo gasto diariamente no Facebook foi reduzido em 23% em comparação ao grupo controle, cerca de 12 minutos. 


O outro efeito da desconexão é que os participantes reduziram seus conhecimentos atuais e novidades em relação ao grupo de controle. Isso ressalta a importância da rede como fonte de informação para a maioria dos usuários, mas os responsáveis ​​pelo estudo também apontam que a desconexão reduziu a polarização de suas ideias políticas. "É possível que uma desconexão de duração diferente tenha efeitos diferentes, por exemplo, em uma desconexão mais longa, o conhecimento atual pode aumentar à medida que as pessoas encontrarem novas fontes de informação", esclarecem os pesquisadores. 


Marta Peirano, jornalista é a autora do O Inimigo Conhece o Sistema, "um livro para você entender por que as empresas tecnológicas que geram dependência são as mesmas que espionam e manipulam você". “Aplicativos viciantes são conscientemente gerados. Não é que nós humanos gostemos de perder tempo ou procrastinar. São aplicativos que foram projetados pelos melhores e mais valiosos especialistas com o único propósito de mantê-lo preso à tela o maior tempo possível”, diz Marta Peirano. 


As novas tecnologias, assim como novos desafios e formas de comunicação, também nos trouxeram novas dependências (neste caso, o vício em celular) ou medos irracionais (perdê-lo ou sair sem ele) é aqui que entra a Nomofobia. 


Nomofobia é uma relativamente nova doença que pode ser definida como o medo de ficar sem celular, até mesmo pânico, caracterizando uma fobia de ficar sem celular. E não é um transtorno para ignorar, porque pode ter consequências para a saúde. Os sintomas da Nomofobia são: “Medo, ansiedade, estresse, depressão e ataques de pânico ao pensar em sair sem celular. Os sintomas podem levar a outros efeitos colaterais, como tremores, sudorese, tontura, dificuldade em respirar, náuseas, dor no peito, aceleração da frequência cardíaca. São sintomas de dependência”. Essa dependência é um vício pelos aparelhos eletrônicos que conduz comportamentos agressivos e tende agregar outros vícios. 


Quem sofre dessa dependência deve procurar ajuda de profissionais em saúde mental. Pela terapia terá mecanismos de defesas contra essa patologia que será o mal avassalador do futuro não distante. 


Dr. Inácio José do Vale 

Psicanalista Clínico, PhD 

Escritor e Conferencista 

Professor de Pós-Graduação na Faculdade Norte do Paraná 

Atende na Comunidade de Ação Pastoral – CAP – Pouso Alegre/MG


Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ. E da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ. 

Fonte: 

https://www.elmundo.es/tecnologia/2019/02/01/5c54336d21efa03c0d8b4587.html 

Nenhum comentário:

Postar um comentário