quarta-feira, 5 de julho de 2023

DIA MUNDIAL DA SAÚDE MENTAL:10/10

 

10 de outubro – Dia Mundial da Saúde Mental


Cuide muito de sua saúde mental. Dela depende toda a sua vida. Sem saúde mental não existe saúde.


Saúde física, mental e social


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1946, definiu “a saúde como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade”. Essa definição de suma relevância, abissal salutar, abrangedora, expandiu qualificadamente os aspectos físicos, mentais e sociais.


Saúde mental é um estado de bem-estar no qual a pessoa percebe suas capacidades e é capaz de lidar com as tensões normais da vida, trabalhar de forma produtiva e contribuir com sua comunidade. Nesse sentido positivo, a saúde mental é a base do bem-estar individual e do funcionamento comunitário eficaz.


A saúde mental e o bem-estar são essenciais para nossa capacidade coletiva e individual de pensar, expressar sentimentos, interagir com outras pessoas, ganhar a vida e aproveitar a vida. Com base nisso, a promoção, proteção e restauração da saúde mental podem ser vistas como preocupações vitais de indivíduos, comunidades e sociedades em todo o mundo.


Determinantes da saúde mental


A saúde mental individual é determinada por múltiplos fatores sociais, psicológicos e biológicos. Por exemplo, pressões socioeconômicas persistentes constituem um risco bem conhecido para a saúde mental de indivíduos e comunidades. A evidência mais óbvia está relacionada aos indicadores de pobreza e, em particular, ao baixo nível de escolaridade.


A saúde mental precária também está associada a mudanças sociais rápidas, condições estressantes de trabalho, discriminação de gênero, exclusão social, estilos de vida pouco saudáveis, riscos de violência e saúde física precária e violações dos direitos humanos. Existem também fatores psicológicos e de personalidade específicos que tornam uma pessoa mais vulnerável a transtornos mentais. Por fim, os transtornos mentais também têm causas biológicas, dependentes, por exemplo, de fatores genéticos ou desequilíbrios bioquímicos cerebrais.


A depressão continua a ocupar a posição de liderança entre os transtornos mentais e é duas vezes mais comum em mulheres do que em homens. Entre 10 e 15% das mulheres nos países industrializados e entre 20 e 40% das mulheres nos países em desenvolvimento sofrem de depressão durante a gravidez ou puerpério.


Promoção e proteção da saúde mental


A promoção da saúde mental consiste em ações que criam ambientes e condições de vida propícios à saúde mental e possibilitam a adoção e manutenção de estilos de vida saudáveis. Entre elas está uma série de ações para aumentar as chances de que mais pessoas tenham melhor saúde mental.


Um ambiente de respeito e proteção aos direitos básicos civis, políticos, socioeconômicos e culturais é fundamental para a promoção da saúde mental. Sem a segurança e a liberdade que esses direitos proporcionam, é muito difícil manter um bom nível de saúde mental.


As políticas nacionais de saúde mental não devem lidar apenas com os transtornos mentais, mas devem reconhecer e abordar questões mais amplas que promovem a saúde mental, como a incorporação da promoção da saúde mental nas políticas e programas dos setores governamentais e não governamentais. Além do setor saúde, a participação dos setores de educação, trabalho, justiça, transporte, meio ambiente, habitação ou assistência social é essencial.


A promoção da saúde mental depende fortemente de estratégias intersetoriais. Outras maneiras específicas de promover a saúde mental incluem:


· Intervenções na primeira infância (por exemplo, criar um ambiente estável que atenda às necessidades nutricionais e de saúde da criança, proteja a criança de ameaças e ofereça oportunidades de aprendizagem precoce e interações que são sensíveis, emocionalmente favoráveis ​​e estimulam seu desenvolvimento);


· Apoio às crianças (por exemplo, programas de capacitação e programas de desenvolvimento infantil e juvenil);


· A emancipação socioeconômica das mulheres (por exemplo, melhorando o acesso à educação e concedendo microcréditos):


· Apoio social para populações geriátricas (por exemplo, iniciativas de fazer amigos e comunidade e centros de dia);


· Programas voltados para grupos vulneráveis ​​e, em particular, minorias, povos indígenas, migrantes e pessoas afetadas por conflitos e desastres (por exemplo, intervenções psicossociais após desastres);


· Atividades de promoção da saúde mental na escola (por exemplo, programas de apoio à mudança ecológica na escola e escolas amigas da criança);


· Intervenções de saúde mental no trabalho (por exemplo, programas de prevenção do estresse);


· Políticas de habitação (por exemplo, reforma da casa);


· Programas de prevenção da violência (por exemplo, redução da disponibilidade de álcool e acesso a armas);


· Programas de desenvolvimento comunitário (por exemplo, colaboração cidadã e iniciativas de desenvolvimento rural integrado);


· Redução da pobreza e proteção social para os pobres;


· Legislação e campanhas anti-discriminação;


· Promoção de direitos, oportunidades e atenção às pessoas com transtornos mentais.


Cuidados e tratamento de transtornos mentais


No contexto dos esforços nacionais para desenvolver e implementar políticas relacionadas à saúde mental, é essencial não apenas proteger e promover o bem-estar mental dos cidadãos, mas também atender às necessidades das pessoas com transtornos mentais.


O conhecimento sobre o que fazer a respeito do crescente fardo das doenças decorrentes dos transtornos mentais melhorou muito na última década. Há um crescente corpo de evidências científicas que demonstra a eficiência e a relação custo-eficácia de intervenções cruciais para tratar de transtornos mentais prioritários em países em diferentes níveis de desenvolvimento econômico.


As intervenções econômicas, viáveis ​​e acessíveis incluem:

Tratamento da epilepsia com medicação antiepiléptica;

Tratamento da depressão com psicoterapia e, nos casos moderados e graves, antidepressivos (genéricos);

Tratamento da psicose com medicamentos antipsicóticos mais antigos e suporte psicossocial ao paciente;

Aplicação de taxas às bebidas alcoólicas e restrição à sua disponibilidade e comercialização.


Resposta da OMS


A OMS apoia os governos para promover e fortalecer a saúde mental. A OMS avaliou as evidências para promover a saúde mental e está trabalhando com os governos para divulgar essas informações e integrar estratégias eficazes em políticas e planos.


O Plano de Ação tem como objetivo geral a promoção da saúde mental, prevenção de transtornos mentais, prestação de cuidados, aumento da recuperação, promoção dos direitos humanos e redução da mortalidade, morbidade e incapacidade das pessoas com transtornos mentais.


Está focado em quatro objetivos principais destinados a:

Fortalecer liderança e governança eficazes em relação à saúde mental;

Fornecer assistência social abrangente, integrada e adequada e serviços de saúde mental no nível da comunidade;

Implementar estratégias de promoção e prevenção no campo da saúde mental;

Fortalecer os sistemas de informação, dados científicos e pesquisas em saúde mental.


No âmbito do Plano, é dada ênfase especial à proteção e promoção dos direitos humanos, ao fortalecimento e promoção da sociedade civil e ao papel central da atenção à comunidade.


Com vistas a alcançar seus objetivos, o Plano de Ação propõe e apela aos governos, aos parceiros internacionais e à OMS para uma ação clara. Os Ministérios da Saúde devem assumir um papel de liderança, e a OMS colaborará com eles e com os parceiros internacionais e nacionais, incluindo a sociedade civil, na implementação do Plano. Uma vez que não existe uma medida única para todos, cada governo precisará adaptar o Plano de Ação às suas circunstâncias nacionais específicas.


O Plano de Ação permitirá às pessoas com transtornos mentais:

Acesso mais fácil a serviços de saúde mental e bem-estar social;

Receber tratamento prestado por pessoal de saúde devidamente qualificado, no âmbito da atenção geral à saúde; o mhGAP da OMS e suas ferramentas baseadas em evidências podem facilitar esse processo;

Participar da reorganização, prestação e avaliação dos serviços para que o atendimento e o tratamento atendam melhor às suas necessidades;

Obter maior acesso a benefícios públicos para deficientes e programas de moradia e subsistência, e participar mais ativamente dos empregos e da vida de suas comunidades, bem como dos assuntos cívicos.


Pesquisa indica que 86% dos brasileiros têm algum tipo de transtorno mental


Uma pesquisa realizada pela Vittude apontou que 86% dos brasileiros sofrem de algum transtorno mental. Entre os distúrbios mais frequentes foram apontados o stress severo, a depressão e a ansiedade. A pesquisa contou com a avaliação de 429.790 pessoas entre outubro de 2016 e abril de 2019.


A ansiedade e a depressão são alguns dos transtornos mentais mais conhecidos, e no Brasil, atingem números expressivos de pessoas que passam por algum desses dois distúrbios. Só de pessoas acometidas pela ansiedade, o Brasil lidera o ranking mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde.


Saúde no Brasil


O conceito de saúde, como um direito à cidadania, foi expresso na Constituição Brasileira de 1988, seção II, nos artigos 196, 197, 198 e 199. Estes abordaram o conceito de saúde na perspectiva política, econômica e social. Ampliou-se o direito do cidadão à saúde do direito previdenciário, e foi dada relevância pública aos serviços de saúde como descritos no artigo 196:


A saúde é um direito de todos e dever do estado, garantido mediante medidas políticas, sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação (BRASIL, 1998).


O entendimento do conceito saúde é necessário para facilitar o nosso entendimento quanto ao conceito ampliado de saúde no qual o Sistema Único de Saúde está inserido. O SUS foi criado sob o princípio da universalização, com o propósito de “saúde para todos”, conforme previsto na Lei 8.080 de 19/09/1990 e 8.142 de 28/12/1990, Lei Orgânica da Saúde (BRASIL, 2004).


Conclusão


A Constituição da OMS diz: “Saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”. Uma consequência importante dessa definição é que ela vê a saúde mental como mais do que a ausência de transtornos mentais ou deficiências.


A completude da saúde, como fundamental prática, se encontra na dignidade humana no contexto do respeito, afetividade, empatia, trabalho digno, promoção da paz, justiça, progresso do bem-estar, social, político, econômico, cultural e liberdade religiosa.


A qualificação do conceito de qualidade de vida também tem muitos pontos em comum com a definição de saúde. Desse modo, percebe-se a necessidade de analisar o corpo, a mente e até mesmo a configuração social no qual o indivíduo está inserido para conceituar melhor o estado de saúde. Qualidade de vida significa, saúde física, emocional e mental.


Dr. Inácio José do Vale


Psicanalista Clínico, PhD


Trabalha Clinicando na Comunidade de Ação Pastoral-CAP


Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.


Pós-graduado em Psicologia nas Organizações com Habilitação em Docência no Ensino Superior pela Faculdade Educamais de São Paulo-SP.


Psicologia, Educação e Desenvolvimento pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo-SP.


Especialista no Ensino de Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson-Araras/SP.


Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Esta é reconhecida e cadastrada na Organização das Nações Unidas - ONU (United Nations Department of Economic and Social Affairs).


Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica




Fontes:


https://www.who.int/es/news-room/fact-sheets/detail/mental-health-strengthening-our-response


https://www.paho.org/es/temas/salud-mental


https://laurapsicologa.com.br/pesquisa-aponta-que-86-dos-brasileiros-tem-algum-tipo-de-transtorno-mental/

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