CONSTRUTORES DE PONTES
"Construtores de pontes" nos caminhos do testemunho, da justiça e da hospitalidade
A XV Assembleia Geral da Conferência das Igrejas Europeias (KEK) reuniu 400 delegados de 116 Igrejas ortodoxas, protestantes, anglicanas e vétero-católicas de todos os países europeus com o tema “Vós sereis minhas testemunhas”.
Cidade do Vaticano
“Comprometemo-nos a serem construtores de pontes através do poder transformador da fé” e mediante um compromisso renovado em três frentes: testemunho, justiça e hospitalidade. Após nove dias intensos de reflexão e debate sobre os desafios que permeiam hoje a Europa essa foi a missão que as Igrejas da Europa, todas as Igrejas cristãs, presentes em nosso continente, assumiram.
É o que se lê na mensagem final difundida ao término da XV Assembleia Geral da Conferência das Igrejas Europeias (também conhecida com a sigla KEK), realizada em Novi Sad, na Sérvia, de 30 de maio a 6 de junho, reunindo 450 delegados e 116 Igrejas ortodoxas, protestantes, anglicanas e vétero-católicas de todos os países europeus com o tema “Vós sereis minhas testemunhas”.
Momento de incerteza para a Europa
“Estivemos reunidos num momento de incerteza para a Europa onde muitos experimentam uma perda de dignidade, exploração, miséria e abuso de poder. Às margens do Danúbio em Novi Sad, onde as pontes foram destruídas num conflito e reconstruídas em paz, nos unimos em oração. Partilhamos nossa sede de justiça; nossa profunda preocupação com as pessoas, com nosso continente, com nosso mundo”, lê-se na mensagem.
Testemunhar Cristo
Testemunhar Cristo à Europa de hoje significa ser “uma comunidade inclusiva”, afirmar que “toda pessoa foi criada à imagem e semelhança de Deus”, valorizar “as vozes dos jovens que são nosso presente e não somente o nosso futuro”, escrevem as Igrejas.
Colocar-se à escuta de quem não tem voz
Praticar a justiça requer das instituições e das Igrejas “trabalhar em favor do fim da violência, da perseguição e da discriminação, defendendo a liberdade de religião ou credo”. Significa também buscar “a reconciliação e a solução pacífica dos conflitos” e colocar-se à escuta “daqueles que não têm voz ou se encontram às margens de nossas Igrejas, de nossas comunidades e de nosso mundo”, acrescentam.
A hospitalidade das Igrejas
“Por fim, as Igrejas reiteram seu compromisso a oferecer hospitalidade, dando concretamente suas generosas boas-vindas aos refugiados e aos estrangeiros de todos os credos e profissões de fé”, “comprometendo-se no diálogo, partilhando nossa fé cristã e aprendendo uns dos outros”, contribuindo para “superar a divisão, a exclusão e a marginalização” e promovendo “a defesa dos direitos humanos”.
Conclusão
Não há espaço para incompatibilidades religiosas, a humanidade repudia divisão, as incertezas já são catastróficas! A pós-modernidade clama pelo dom da vida, todo espaço deve ser ocupado pela beleza do amor; é urgente a concretização da paz universal. Fazer e acontecer pão, terra, trabalho, justiça e liberdade. Fundamentados na fé, no amor, na comunhão e na esperança, tenhamos um futuro glorioso em abundância em prol da dignidade da pessoa humana. O ecumenismo é uma posse sólida do bem-estar em todos os sentidos da construtiva bondade e unidade humana.
Frei Inácio José do Vale
Professor e conferencista
Sociólogo em Ciência da Religião
Fraternidade Sacerdotal Jesus Cárita
Fraternidade do bem-aventurado Charles de Foucauld
Fonte:https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-06/construtores-pontes-caminhos-testemunho-justica-hospitalidade.html
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