quinta-feira, 6 de julho de 2023

DEPRESSÃO E SUICÍDIO NA IGREJA

 

DEPRESSÃO E SUICÍDIO NA IGREJA:

QUANDO OS PADRES PRECISAM DE AJUDA

(atualizado em 19/02/18 com uma carta de um padre da diocese de Brejo).


“A dificuldade de relacionamento entre os pares e a impossibilidade de falar de seus desafios pessoais com os leigos. Uma das razões do acometimento da depressão e síndrome de Burnout entre religiosos relacionam-se com variáveis internas, as pressões do ofício e também a imensa solidão destes sujeitos”, diz a especialista no atendimento de religiosos Dra. Luciana Campos (*).


16 de novembro de 2016: o padre Rosalino Santos, de 34 anos, pároco na cidade sul-matogrossense de Corumbá, publica no Facebook uma foto de quando era criança, legendada com frases soltas: “Dei o meu melhor“, “Me ilumine, Senhor“. Dois dias depois, o seu corpo sem vida é encontrado pendendo de uma forca.


Oito dias antes, o padre Ligivaldo dos Santos, de Salvador, se atira de um viaduto aos 37 anos de idade. Dentro do mesmo período de 15 dias, um terceiro sacerdote brasileiro dá fim à própria vida, com apenas 31 anos: o pároco Renildo Andrade Maia, em Contagem, Minas Gerais.


A sequência de suicídios de padres católicos chamou a atenção da mídia e voltou a ser abordado recentemente em uma relevante reportagem da BBC Brasil, que, a respeito desses casos, consultou o psicólogo Ênio Pinto, atuante há 17 anos no Instituto Terapêutico Acolher, em São Paulo. Desde que foi fundado, no ano 2000, o instituto voltado ao atendimento psicoterápico de padres, freiras e leigos a serviço da Igreja atendeu por volta de 3.700 pacientes.


Autor do livro “Os Padres em Psicoterapia“, Ênio observa que “a vida religiosa não dá superpoderes aos padres. Pelo contrário. Eles são tão falíveis quanto qualquer um de nós. Em muitos casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar momentos difíceis”.


Esta visão é compartilhada pelo psicólogo William Pereira, autor do livro “Sofrimento Psíquico dos Presbíteros“. Para William, “o grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade. Qualquer deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda”.


Os especialistas consultados pela reportagem da BBC indicam o excesso de trabalho, a falta de lazer e a perda de motivação entre os possíveis fatores que levam religiosos ao suicídio. De fato, uma pesquisa feita em 2008 pela organização Isma Brasil, voltada a estudar e tratar do estresse, já apontava que a vida sacerdotal era uma das ocupações mais estressantes: dos 1.600 padres e freiras entrevistados naquele ano, 448 (28%) se disseram “emocionalmente exaustos”, um percentual superior ao dos policiais (26%), dos executivos (20%) e dos motoristas de ônibus (15%).


Para Ana Maria Rossi, a psicóloga coordenadora da pesquisa, os padres diocesanos são mais propensos a sofrer de estresse do que os religiosos que vivem reclusos: “Um dos fatores mais estressantes da vida religiosa é a falta de privacidade. Não interessa se estão tristes, cansados ou doentes: os padres têm que estar à disposição dos fiéis 24 horas por dia, sete dias por semana”.


Muito distante da “vida mansa” que os desinformados imaginam, o dia-a-dia da maioria dos sacerdotes é pontuado por celebrações de batizados, casamentos, unções dos enfermos, escuta de confissões e muitas atividades pastorais que incluem a caridade e as atenções a pessoas necessitadas, além da celebração diária da Santa Missa, das orações pessoais ou comunitárias e dos tempos de estudo – sem mencionar os muitos casos em que o padre ainda dá aulas e atende os fiéis em direção espiritual.


Conforme os dados de 2010 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a média nacional é de 1 padre para cada 5.600 fiéis.


Diretor da Âncora, uma casa de repouso no Paraná para padres e freiras com estresse, ansiedade ou depressão, o padre Adalto Chitolina confirma que, para eles, “sobra trabalho e falta tempo. Se não tomar cuidado, o sacerdote negligencia sua espiritualidade e trabalha no piloto automático. Ao longo de 2016, a nossa taxa de ocupação foi de 100%. Em alguns meses, tivemos lista de espera”.


Um dos sacerdotes atendidos pelo centro Âncora foi o padre Edson Barbosa, de Andradina/SP, que, dormindo pouco, comendo mal e se sentindo irritadiço, começou a beber. Ao se dar conta do rumo que estava tomando, pediu dispensa das atividades paroquiais e se internou durante três meses na casa de repouso. Após as consultas médicas, palestras de nutrição e exercícios físicos que o ajudaram a trocar o álcool pelo novo hábito de fazer caminhadas e pedalar, o padre de 36 anos está sóbrio há um ano e nove meses e testemunha: “Não sei o que teria acontecido comigo se não tivesse dado essa parada. Demorei a perceber que não era super-herói”.


O padre Douglas Fontes, reitor do seminário São José, de Niterói, RJ, costuma alertar os futuros sacerdotes sobre a importância de cuidarem mais da própria saúde: “Jamais amaremos o próximo se antes não amarmos a nós mesmos. E amar a si mesmo significa levar uma vida mais saudável. Tristes, cansados ou doentes não cumpriremos a missão que Deus nos confiou”.


O bom conselho é reforçado pelo arcebispo de Porto Alegre, RS, dom Jaime Spengler, que preside a comissão da CNBB voltada à vida pessoal dos padres. Ele afirma que os sacerdotes devem pedir ajuda ao bispo quando sentirem tensão psicológica ou esgotamento físico: “Os padres não estão sozinhos. Fazemos parte de uma família. E, nesta família, cabe ao bispo desempenhar o papel de pai e zelar pelas necessidades dos filhos”.


O Brasil não é exceção no quadro de estresse que afeta os religiosos sobrecarregados. A universidade espanhola de Salamanca ouviu 881 sacerdotes do México, da Costa Rica e de Porto Rico para identificar uma alta incidência, entre eles, de transtornos relacionados à atividade sacerdotal: “Três em cada cinco experimentavam graus médios ou avançados de burnout, a síndrome do esgotamento profissional”, informa Helena de Mézerville, autora da pesquisa. O burnout é conhecido na Itália, entre alguns sacerdotes, como a “síndrome do bom samaritano desiludido”.


Mas os padres católicos estão longe de ser os únicos atingidos. A BBC também ouviu o xeque do Centro Islâmico de Foz do Iguaçu, PR, Ahmad Mazloum, para quem “é preciso satisfazer, de maneira lícita e correta, as necessidades básicas do espírito, da mente e do corpo. Caso contrário, estaremos sempre em perigoso desequilíbrio”. O rabino Michel Schlesinger, da Congregação Israelita Paulista, concorda e observa que “a natureza do trabalho é a mesma. Logo, estamos sujeitos aos mesmos riscos”.


Fiéis devem ficar atentos, julgar menos e ajudar mais


É oportuno lembrar aos leitores católicos que é dever cristão de todos nós zelar pelo bem das almas – e isto inclui a alma dos nossos sacerdotes, religiosos, seminaristas, freiras e leigos consagrados. Eles contam com especial graça de Deus, certamente, mas Deus sempre deixou claro que confia o acolhimento da Sua graça à nossa liberdade, inteligência e caridade: precisamos fazer a nossa parte por nós próprios e pelos outros, ajudando-os especialmente quando estão sobrecarregados e necessitados da nossa fraternidade. Devemos tomar em especial o cuidado de não cometer injustos julgamentos baseados na visão imatura de que “o que falta a esses padres é vida de oração“. Isto é um reducionismo que pode chegar a ser grave pecado de calúnia ou, no mínimo, maledicência. Mesmo as pessoas que vivem intensamente a fé e uma sólida espiritualidade estão sujeitas, sim, ao esgotamento físico e, portanto, à necessidade de ajuda. Se julgarmos menos e ajudarmos mais, viveremos com mais coerência o cristianismo que dizemos professar e que tanto gostamos de cobrar dos outros.


Diante do quadro depressivo, muita compreensão, sabedoria, respeito, amor e o apoio na busca de um profissional para tratar o depressivo.


Frei Inácio José do Vale


Psicanalista Clínico


Professor e Conferencista


Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea- SOBRAPSICO/RJ. E da Associação Nacional de Psicanálise-ANPC/DF.



CARTA DO PADRE JAMES TEIXEIRA DA COSTA


Cuidar do padre humano


Entre o ano de 2017 a 2018 tivemos morte suicida de 17 padres no Brasil. A sequência de suicídios de padres católicos chama-nos a atenção aos vários motivos que os levaram a tirar a vida (...).


A vida religiosa não dá superpoderes aos padres: pelo contrário, eles são tão falíveis quanto qualquer leigo. Em muitos casos, a fé pode não ser forte o suficiente para superar algum momento difícil da vida. O psicólogo William Castilho, que vai estar em nossa diocese em julho deste ano, autor do livro “Sofrimento Psíquico dos Presbíteros“ destaca que: “o grau de exigência da Igreja é muito grande. Espera-se que o padre seja, no mínimo, modelo de virtude e santidade. Qualquer deslize, por menor que seja, vira alvo de crítica e julgamento. Por medo, culpa ou vergonha, muitos preferem se matar a pedir ajuda”.


 Além disso, eu destaco que o excesso de trabalho, a falta de lazer, a perda de motivação pastoral e a falta de fraternidade presbiteral, são possíveis fatores que podem levar os padres ao suicídio. Segundo os psicólogos, nós, padres diocesanos, somos mais propensos a sofrer de estresse do que os religiosos que vivem reclusos. Um dos fatores mais estressantes da vida religiosa é a falta de privacidade. 


Não interessa se estão tristes, cansados ou doentes: os padres têm que estar à disposição dos fiéis 24 horas por dia, sete dias por semana, férias nem pensar, passeio nem se fala, descansar não faz parte da vida do padre.


Meus caríssimos irmãos no sacerdócio, cuidemos mais de nossa vida, de nosso bem estar, como também de nossos trabalhos pastorais. Aconselho- vos que devem pedir ajuda ao bispo sempre quando sentirem tensão psicológica ou esgotamento físico: “Os padres não estão sozinhos. Fazemos parte de uma família.


 E, nesta família, cabe ao bispo desempenhar o papel de pai e zelar pelas necessidades dos filhos”. Não se afastem do convívio clerical (amigo de um padre é um outro padre); tire suas férias anuais; procure sempre fazer check-up médico; dar prioridades às suas horas de descanso; intensifique sua orações pessoais; peçam sempre orações aos seus fiéis, cuide de si e do outro também.


Que Deus abençoe nossa vida sacerdotal, nosso clero de Brejo, nosso bispo dom Valdeci, nós que somos esses homens comuns, no corpo e na alma, tão semelhantes a milhares de outros homens, mas que possuímos uma marca, um sinal, uma destinação honrosa e necessária para levar a salvação a todos que nos procuram! Homens acolhidos e ungidos por Deus!


Meus queridos padres, somos uma só família! 

Pe. James Teixeira da Costa - Diocese de Brejo


SETE SINTOMAS DA DEPRESSÃO


Você nunca imaginaria que estes são 7 sintomas de depressão 


“A depressão é uma doença, como outra doença qualquer, que se caracteriza por uma tristeza profunda e duradoura, além de outros sintomas e que dispõe hoje de tratamentos modernos para alívio do sofrimento que acarreta. A depressão é uma doença bastante comum. Ela se manifesta mais frequentemente no adulto, embora possa ocorrer em qualquer faixa de idade, da criança ao idoso. É mais frequente nas mulheres do que nos homens”. 

Prof. Dr. Mario Rodrigues Louzã Neto, psiquiatra e psicanalista, médico formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Pós-graduação (Doutoramento) na Clínica Psiquiátrica da Universidade de Würzburg, Alemanha e com formação em Psicanálise pelo Instituto de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo. 


A depressão é um estado complexo que se manifesta de uma maneira diferente em cada pessoa. Embora existam alguns padrões básicos, também há alguns sintomas de depressão que geralmente passam despercebidos. É importante conhecê-los e saber reconhecê-los. 


A mente de cada ser humano tem uma complexidade enorme. Por isso, qualquer modelo sobre o tema não é suficiente. 


A depressão tem diferentes formas de se manifestar, intensidades distintas e dinâmicas diversas. Nem toda pessoa que deixa cair uma lágrima está com depressão, nem toda pessoa que sorri com frequência está feliz. 


Há alguns sintomas de depressão que costumam passar despercebidos. Isso não significa que quem os sente necessariamente esteja deprimido. Simplesmente, são indícios que sugerem a existência desse problema, mas que devem ser avaliados em conjunto e dentro do contexto. Vamos ver sete deles. 


1. Incômodos físicos não relacionados com uma doença 


Têm a ver com dores musculares que aparecem de repente sem um motivo específico: enxaquecas, indigestões frequentes, tonturas súbitas e sensações de mal-estar desse tipo. Você vai ao médico e não encontra nada anormal no seu corpo, mas os incômodos não param de aparecer. 


2. Cancelar e postergar encontros com os demais 


De repente, você olha para trás e percebe que há algum tempo você vem adiando todo tipo de atividades sociais. Talvez você sinta que está ocupado demais ou simplesmente que não tem vontade de sair. A verdade é que seus encontros com os outros diminuem sem que você tenha se proposto explicitamente a isso. Na verdade, você não sente que está se isolando dos demais, mas que está muito cansado para sair ou, simplesmente, que há outras coisas que chamam a sua atenção. 


3. Movimentar-se devagar 


Este é um desses sintomas de depressão que costuma passar despercebido. O cérebro de uma pessoa deprimida funciona de maneira diferente do cérebro de uma pessoa que está serena ou feliz. Isso acaba incidindo sobre a motricidade e faz com que os movimentos se tornem mais lentos. Às vezes, é como se a pessoa estivesse se movendo em câmera lenta. Ela também demora um pouco mais para reagir aos estímulos externos. Quando conversa, é como se estivesse meditando sobre o que a outra pessoa falou antes de responder. 


4. Surtos de dermatite atópica 


A ciência ainda não estabeleceu claramente qual é a relação entre a dermatite atópica e a depressão. No entanto, um estudo realizado na Universidade de Wisconsin-EUA, determinou que este problema costuma aparecer em pessoas deprimidas. A dermatite atópica se caracteriza pelo aparecimento de eczemas na pele que causam coceira e dor. Ainda não se sabe com exatidão o que causa esse problema. Apesar disso, costuma estar associado com o humor das pessoas. 


5. Assistir muita televisão, um dos sintomas de depressão 


Assistir muita televisão, passar muito tempo em frente ao computador ou, ainda, com os olhos colados no celular podem ser sintomas de depressão. Em suma, a pessoa acaba desenvolvendo uma relação constante e mais ou menos obsessiva com uma tela. Isso também é uma maneira de se isolar. As pessoas que assistem muita televisão com frequência desejam “não pensar”. Elas pretendem se distrair ou se afastar da realidade. Quando uma pessoa passa muito tempo em frente a uma tela, ela pode se tornar alguém muito egocêntrico, alguém que não se conecta com o seu entorno. 


6. Não sentir desejo sexual 


Quando há falta de desejo sexual e isso se prolonga por um bom tempo, é possível pensar que uma depressão está se desenvolvendo. Esse dado deve ser analisado com cuidado. Uma coisa não implica automaticamente a outra. O fator a se levar em consideração é o nível normal, ou habitual, do desejo sexual. Se estiver abaixo desse padrão e se mantiver assim, está acontecendo alguma coisa. Para as pessoas deprimidas, costuma ser muito difícil adotar atitudes e comportamentos eróticos. A beleza do prazer sexual está na origem de muitas e benéficas motivações. 


7. Cometer erros com frequência 


Quando há depressão, a mente trabalha mais lentamente. Também é muito comum que haja dificuldade para se concentrar ou para ordenar ideias e planejar atividades. Por isso, as pessoas deprimidas cometem muitos pequenos erros no dia a dia. Esses erros estão relacionados com esquecimentos, confusões em relação a assuntos simples, que incluem distrações e dificuldade para aprender, entre outros. É como se a pessoa não conseguisse estar totalmente presente no aqui e agora. 


Tratamento 


O tratamento da depressão se faz atualmente com a combinação dos medicamento antidepressivo com a psicoterapia. Esses medicamentos permitem uma recuperação gradual da depressão (em geral em algumas semanas) além de proteger a pessoa de novas crises depressivas. A abordagem psicoterápica concomitante ao uso de medicamentos permite que o tratamento de depressão seja mais efetivo. A razão para a utilização das duas formas de tratamento está na sua complementaridade, afirma o Dr. Mario Rodrigues Louzã Neto. 


Conclusão 


Todos esses sintomas de depressão não costumam ser muito perceptíveis para quem os apresenta, nem para as pessoas que fazem parte de seu dia a dia. Mas se aparecerem, especialmente em muita quantidade e simultaneamente, talvez seja o momento de fazer uma pausa e observar o que está acontecendo. Para diagnosticar uma pessoa com depressão, os seguintes critérios diagnósticos devem ser cumpridos, segundo estabelece o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)



Dr. A. Inácio José do Vale 

Psicanalista Clínico, Ph.D. 

Trabalha Clinicando na Comunidade de Ação Pastoral-CAP 

Professor de Pós-Graduação na Faculdade Norte do Paraná 

Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea 


Fontes: 

https://amenteemaravilhosa.com.br/7-sintomas-de-depressao/

http://www.saudemental.net/depressao.htm


O DEPRESSIVO: ENTENDER E ACOLHER

Entender e Acolher o Depressivo

“Eu já sofri e muito com distúrbio de imagem. Eu tomava lacto-purga todos os dias, por mais de três meses. Junto com tudo isso, eu tive depressão”.

Bruna Marquezine, atriz brasileira

Sempre encontramos pessoas que sofrem com a depressão em diferentes níveis, seja no trabalho, na faculdade, na comunidade religiosa, ou até mesmo dentro da nossa família e entre nossos amigos. Devemos proceder com tais pessoas de maneira sensível, carinhosa, com conhecimento e respeito.

As pessoas que sofrem de depressão precisam ser persistentes para manterem o desejo de encontrar e alcançar objetivos em suas vidas, mesmo que ao mesmo tempo estejam sobrecarregadas com sentimentos de insatisfação e com medos que dificultam o seu progresso.

Embora a depressão seja uma doença com características extensas que afetam diferentes tipos de personalidade de várias maneiras, existem muitas características que afetam uma grande parte daqueles que sofrem com ela. O pressuposto comum é que o fato de essas pessoas passarem mais tempo pensando em suas emoções e considerando assuntos abstratos de maneira profunda e isso permite que elas se tornem mais criativas e usem a depressão como combustível para diferentes tipos de trabalho.

Assim, muitos artistas e músicos que foram diagnosticados com depressão criaram uma coleção de esculturas, músicas, quadros e outras obras durante esses períodos. Ainda hoje, muitos criativos conseguem atingir altos níveis de trabalho enquanto lutam contra sentimentos duros que os atacam. Mark Twain, que sofria de depressão nos últimos 15 anos de sua vida, escreveu que "Todo mundo é uma lua e tem um lado sombrio que nunca mostra a ninguém", e a capacidade de continuar a criar enquanto está em períodos difíceis é algo para se admirar e elogiar.

Muitas pessoas que sofrem de depressão buscam sentido em suas vidas, e a capacidade de se concentrar no que está acontecendo ao seu redor é algo que pode criar um valor significativo para elas. Abraham Lincoln, o 16º Presidente dos Estados Unidos, observou que o heroísmo de uma pessoa é evidente não em sua vitória, mas em lidar com desafios, e como alguém que lutou contra a depressão clínica, resolveu lidar com o problema melhorando o mundo ao seu redor. De fato, muitas de suas ações, a mais proeminente delas, é claro, a abolição da escravidão, afetam nosso mundo até hoje e provam que nos períodos mais difíceis da vida de uma pessoa elas podem dar sentido e valor ao melhorar a vidas dos outros.

Para uma profunda meditação

Ao contrário de outros problemas enfrentados por muitas pessoas, os que sofrem de depressão muitas vezes sentem que, ao mesmo tempo em que precisam lidar com suas emoções, também têm que demonstrar uma paciência excepcional para se relacionar com seus entes queridos e conseguir explicar aos seus familiares o que está acontecendo em suas vidas e pensamentos. Isto é para manter suas amizades importantes, para evitar distanciar-se dos outros e para explicar-lhes que casos se isolem é só porque eles estão lidando com coisas difíceis, mas ainda é importante tê-los ao seu lado.

Sofrendo angústia persistente, tristeza profunda, choro constante, desejo de só ficar no quarto, vontade de dormir muito ou insônia persistente, perturbações de pensamentos negativos, desejo de suicídio, perda de vontade de fazer as coisas básicas, perda do à libido, aborrecimentos com qualquer coisa, atitudes violentas e se sentindo depressivo, procure ajuda de um profissional em saúde mental.

Entender e acolher o depressivo são parte do tratamento de forma sábia, delicada e tomada de afetividade.

Dr. A. Inácio José do Vale

Psicanalista Clínico, PhD

Professor de Pós-Graduação na Faculdade Norte do Paraná

Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ. E da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ.

 

Fontes:

http://www.tudoporemail.com.br/content.aspx?emailid=12453

https://mdemulher.abril.com.br/famosos-e-tv/bruna-marquezine-desabafa-sobre-depressao-e-disturbio-de-imagem/

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