OS ÍDOLOS PEDEM SANGUE
O Papa afirmou para os fiéis e peregrinos na Cidade do Vaticano que os católicos devem rejeitar as chamadas "leituras da sorte" através de práticas de cartomancia, quiromancia, além de outras formas de "adivinhação do futuro" e que o necessário e mais importante é, confiando na providência Divina, rejeitar qualquer "idolatria".
Francisco lançou outros alertas contra os vários "ídolos" que a humanidade constrói para si. Entre esses ídolos o Papa citou alguns deles: a "carreira", o sucesso, a droga, a beleza, o dinheiro. Os ídolos pedem sangue. O dinheiro rouba a vida e o prazer leva à solidão. (Cidade do Vaticano, 01/08/2018, Audiências Públicas na Sala Paulo VI).Ninguém consegue amar a Deus, a si mesmo e o próximo sendo um idólatra. O culto a si mesmo, a luxúria, o egocentrismo e a um ídolo, leva a pessoa a centralizar sua vida na adoração, no serviço e no sacrifício a tal entidade. A Sedução, a fascinação e a irracionalidade conduzem o individuo a se entregar radicalmente aos desejos desenfreados as celebrações idolátricas para satisfazer os anseios do inconsciente, as profundas carências afetivas e fugas de patologias.
É um caminho demolidor a veneração de ídolos. Práticas esotéricas, ocultistas, confusas espiritualidades, misticismo, sincretismo, panteísmo, politeísmo, tudo isso tem o objetivo do triunvirato: o fator financeiro, o poder e a luxúria. O fato de esconder tais interesses é a arte de enganar multidões. E a máquina é usar o sagrado com toda beleza, intelectualismo, templos majestosos, ídolos de expressão artística e cultural, liderança religiosa paramentada suntuosamente, residência palaciana e a perigosa conexão de interesses com o poder político e empresarial. Dentro desse contexto também é escondido à forma de como o sagrado é administrado no rigor empresarial.
Há o fator do absolutismo em relação à veneração aos ídolos. A idolatria requer uma prática totalitária e uma doação completamente cega e boçal. E tudo isso resultam em fantasia, engano, consumismo, infelicidade e perdição.
Há uma elite que pensa, articula e executa a ideologia da pseudotransparência, não ser translúcido, não enxergar o óbvio, viver a cultura das incompatibilidades na apologia da boçalidade. A massa consome o relativo, o banal, o frívolo, o descartável, se afoga no raso, defende a heterodoxia e se apaga para ascender um fiasco de luz para os ídolos...
A massa não alcança o autoconhecimento, longe e muito longe dos axiomas ortodoxos e da consciência libertária! A massa quer sangue, ídolos, ritualismo, flagelação, emoção e direção. A massa está condicionada a espetacularização do sacrifício sagrado, sustenta templos e palácios e a adoração aos ídolos como penitente ao paraíso.
Bem-aventurado os seguidores do Evangelho e os discípulos de Jesus de Nazaré.
Frei Inácio José do Vale
Professor e conferencista
Sociólogo em Ciência da Religião
Fraternidade do Bem-aventurado Charles de Foucauld
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