domingo, 7 de janeiro de 2024

NOVA VIDA COM A PSICANÁLISE

 Nova Vida Com a Psicanálise


A vida ganha maravilhoso sentido a partir da escuta psicanalítica. Viver bem é falar das emoções alegres e tristes e saber que alguém nos ajuda nessa estrada...


A análise tem o papel de, a partir do vínculo [ou da transferência], possibilitar um encontro - o encontro do sujeito consigo mesmo. Sustentar uma relação dual para que o singular apareça. No qual o sujeito tem a oportunidade de se olhar e reconhecer a si mesmo.


Fazer análise permite ao paciente conheça profundamente sobre sua história e progredir no bem-estar em todos os sentidos da sua vida. As conversas mais profundas e terapêuticas se dão no espaço psicanalítico e em outro lugar se faz pelo virtual, parcial, superficial e descartável. Daí o surgimentos de novas patologias como a nomofobia.


O renomado médico neurologista austríaco Dr. Sigmund Freud: o “criador da psicanálise”, aquele que trouxe à luz o inconsciente, buscando compreender e desbravar aquilo que nos era/é “desconhecido”.


Dr. Freud foi genial no que diz respeito à criação de um método de tratamento para aqueles que se atormentavam com seus problemas psicológicos. 


Pela escuta, ou seja, o paciente verbalizava, externalizava, permitia o acesso ao que estava aprisionado e pela fala do sujeito era pautando a pesquisa do que há de mais intimo no sujeito: o inconsciente. Graças as suas conclusões revolucionárias, a forma de compreender o funcionamento da mente humana nunca mais foi à mesma. Dr. Freud descobriu que a arte de escutar é também a ciência que auxilia os doentes encontrar a cura e a libertação de seus males.


Segundo o Dr. Freud, a psicanálise é um procedimento para a investigação de processos mentais que são quase inacessíveis de outra maneira. É um método para o tratamento de distúrbios neuróticos que proporciona uma série de informações psicológicas, e que se tornou uma nova disciplina científica.


Seu grande interesse pelos distúrbios mentais e a parceria com o colega e mestre Dr. Josef Breuer - no tratamento das pacientes histéricas - foi o início de uma trajetória que resultou no nascimento da psicanálise. Dr. Freud foi um dos mais importantes intelectuais do século XX, criou não apenas um método de cuidado, mas uma nova forma de compreensão dos sujeitos, levando em conta os aspectos conscientes e inconscientes da vida mental. Seu trabalho e sua teoria - em constante transformação ao longo de toda a sua vida - resultaram na criação de uma ciência.


Dr. Freud foi um abissal pesquisador dos processos psíquicos, pôde ampliar o conceito de inconsciente e dar direção aos sinais que apareciam "sem explicação", sintomas orgânicos que emergiam independentes de um quadro clínico observável.


“Nem sempre é a razão que governa nossas ações. Impulsos irracionais determinam nossos pensamentos, nossos sonhos e nossas ações. Tais impulsos irracionais são capazes de trazer à luz instintos e necessidades que estão profundamente enraizados dentro de nós”, disse Dr. Freud.


O proeminente escritor e psicanalista Abrão Slavutzky escreve: “As conversas são indispensáveis, pois dispersam a escuridão, aliviam a solidão, animam e são verdadeiros remédios da alma. A arte da conversa constrói os amores da vida, e requer o importante silêncio de escutar, um silêncio que vale ouro”. “Uma conversa alivia o nó da nossa solidão. Felizes os que aprendem a conversar, o que envolve a difícil arte de escutar. Não por acaso, os que aprendem a escutar são tão valorizados”. “Aprender a conversar expressa crescimento na convivência, são os vínculos fraternos que diminuem o peso do viver. As parcerias para dialogar são essenciais na construção da verdadeira riqueza do reino humano”.


De forma magistral afirmou Dr. Freud: “A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são umas poucas palavras boas”.


Dr. Freud o Arqueólogo do Inconsciente


Disse o Dr. Freud: “O psicanalista, como o arqueólogo, deve descobrir uma camada após a outra da mente do paciente, antes de alcançar os tesouros mais profundos e valiosos”. Também disse: “Tenho me dedicado bastante à minha coleção de antiguidades gregas, romanas e egípcias; na verdade, tenho lido mais sobre arqueologia do que sobre psicologia”. Freud, o triunfante escavador da mente moderna.


Dr. Freud comparou a psicanálise a uma “Arqueologia do Inconsciente”, que ao ser escavado mostra toda espécie de emoções, pensamentos, repressões, traumas, remorsos, culpas e impulsos selvagens que influem na vida do paciente, tanto no cotidiano, quanto na elaboração de acontecimentos extraordinários. E essa revelação de um mundo obscuro favoreceu o esclarecimento, o porquê de existirem comportamentos tão atípicos, como, por exemplo, o daquele cidadão que tendo uma conduta virtuosa, em certo dia comete um crime bárbaro.


A terapêutica freudiana consiste em trazer à consciência do paciente, através de sua exposição oral, os traumas, ou seja, essas lembranças reprimidas. A espontânea exposição desses fatos reprimidos, na sessão de psicanálise, teria o efeito de curar as doenças psíquicas. Esses desejos não satisfeitos no plano consciente e armazenados no inconsciente se manifestariam através dos sonhos.


Para o Dr. Freud, a vida civilizada era uma luta constante entre o "princípio do prazer", representado pela busca do prazer ao qual todo ser almeja e o "princípio da realidade", que significa os limites que a sociedade, através de suas normas morais, impõe à realização do princípio do prazer. Este conflito permanente geraria um mal-estar na civilização, um "mal-estar na cultura", título da obra escrita por Freud em 1930.


Dr. Freud penetrou bravamente nas regiões sombrias da mente humana - incluindo sua própria - para nos revelar a verdade sobre a sexualidade, os sonhos, o trauma, o poder, a neurose e o inconsciente. O interior tenebroso do ser humano foi desbravado pelo neurologista pai da psicanálise. A coragem de explorar os recônditos mais obscuros da psique humana foi de uma forma colossal. Seu trabalho foi célebre para entender o comportamento do ser humano. Dr. Freud revolucionou o modo de ver as doenças mentais e seu tratamento. Foi o mentor transformador de um novo rumo na psiquiatria e na psicologia. Ele foi um herói em quebrar vários tabus numa sociedade com tantas incompatibilidades. Diante dos ataques permaneceu focado nas pesquisas com muito amor ao seu trabalho e certo que estava contribuindo para o bem-estar da humanidade. Mudou para sempre a configuração de como encaramos a psique humana.


Escreve Daniel Smith o autor de a obra Pensar Como Sigmund Freud: “Não é exagero dizer que o trabalho de Freud está na origem de conceitos que nos permitem olhar para o mundo de forma diferente. Redirecionou o nosso olhar do mundo e das suas construções — o universo, a sociedade, a teologia — para o mundo interior — o das nossas psiques. Vale a pena referir que a janela por cima da escrivaninha de Freud tinha um espelho que lhe permitia olhar para si próprio ao mesmo tempo que olhava para o mundo exterior. O psicólogo e estudioso de Freud, John Kihlstrom, disse: “Mais do que Einstein ou Watson e Crick, mais do que Hitler ou Lenine, Roosevelt ou Kennedy, mais do que Picasso, Elliot ou Stravinsky, mais do que os Beatles ou Bob Dylan, a influência de Freud na cultura moderna foi profunda e duradoura”.


Foi na mente humana, o campo de batalha onde Dr. Freud travou suas terríveis lutas de toda sua vida como profissional. Seu trabalho foi hipotalássico em revelar o segredo do inconsciente do que o ser humano é capaz de praticar tamanha crueldade. Ele manifestou como ninguém a interioridade humana na modalidade colossal.


A sua obra magnifica a psicanálise foi criada para auxiliar na melhora dos sofredores de problemas psicológicos e de certa forma demolir a brutalidade humana e proporcionar o restabelecimento equilibrado e saudável do sujeito. Configurar o paciente na saúde física e emocional é a nobre missão da psicanálise.


Dr. Agricio Inácio José do Vale

Psicanalista Clínico, PhD

Professor e Conferencista

Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ. E da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ.



Fontes:


https://gauchazh.clicrbs.com.br/comportamento/noticia/2017/07/abrao-slavutzky-as-conversas-podem-mudar-a-vida-9840576.html


http://www.vogais.pt/media/pdf/9789896684242.pdf


https://istoe.com.br/98241_FREUD+E+SEUS+TALIMAS/


HUSTON, John. Freud: Além da alma. Disponível em: < www.youtube.com/watch? v=QhXsMHfrkNA >. Acesso em: 10/05/2018.

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