sexta-feira, 17 de novembro de 2023

O PAPA E O PATRIARCA ECUMÊNICO

 

O PAPA E O PATRIARCA ECUMÊNICO

Bartolomeu I, patriarca ecumênico de Constantinopla e o bispo de Roma Papa Francisco


«Com o coração repleto de alegria, estamos mais uma vez na Cidade Eterna, a Antiga Roma, para encontrar o nosso irmão, o papa Francisco, trocar com ele o beijo da paz e debatermos juntos questões importantes que dizem respeito à humanidade sofredora.»


Da mais bizantina das basílicas romanas, a dos Santos Doze Apóstolos, que guarda as relíquias de Filipe de Betsaida e Tiago "menor", primeiro bispo de Jerusalém, foi aberta com estas palavras na tarde de quarta-feira a visita a Roma do patriarca ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, que hoje se encontra em privado com o papa Francisco.


A passagem pelo Vaticano, na qual se prevê uma saudação ao papa emérito Bento XVI, culminará no próximo sábado por ocasião da conferência internacional promovida pela Fundação Centesimus Annus a propósito do 25.º aniversário da fundação. A par de Francisco e do secretário de Estado da Santa Sé, cardeal Pietro Parolin, Bartolomeu proferirá a alocução intitulada "Uma agenda cristã comum para o Bem Comum".


É significativo que a viagem a Roma de Bartolomeu se tenha iniciado com um momento de oração na basílica dos Santos Doze Apóstolos, confiada aos cuidados dos franciscanos menores conventuais, considerada uma ponte entre Oriente e Ocidente, onde, por vontade do imperador Justiniano e do papa Pelágio, repousam as relíquias dos dois apóstolos e mártires, trazidas há 1500 anos de Constantinopla.


Deslumbramento


“Deslumbramento, relação, comunhão, portanto amor de Deus”, afirmou Bartolomeu I.


«Por isso - prosseguiu - viemos da Igreja do Oriente para nos deslumbrarmos com a Igreja do Ocidente.» «Possamos viver continuamente este sentimento de cada vez que tivermos a possibilidade de nos encontrarmos com o nosso irmão bispo de Roma, mas também quando encontrarmos cada um de vós, amados irmãos e irmãs do Senhor, para não podermos não nos deslumbrarmos com as maravilhas que Deus opera a cada dia em cada um de nós. E se nos encontramos, a nossa relação torna-se plena, podemos falar, podemos simplesmente dialogar, sem nos isolarmos em atitudes defensivas, ou pior, de fechamento e de suspeita, mas também sem nada tirar à nossa consciência e fidelidade à nossa Igreja.»


«Estamos certos - concluiu Bartolomeu - que o diálogo enriquece, faz superar as divergências, faz compreender o pensamento do outro e nada tira a quem entra em diálogo. Por isso só podemos deslumbrarmo-nos com o progresso do diálogo teológico entre as nossas Igrejas e das relações existentes (1).


Oito religiões pela defesa da vida


Em 16 de maio de 2018, Oito religiões subscrevem o documento assinado em Portugal, numa tomada de posição conjunta contra a eutanásia.


Esta tomada de posição foi assinada no final de uma conferência sobre “Como cuidar com compaixão”, organizada pelo Grupo de Trabalho Inter-Religioso para as questões de saúde, que teve lugar na Academia das Ciências de Lisboa (…). O documento será agora entregue na Presidência da República e no Parlamento, antecipando a discussão e votação de quatro projetos de lei, do PAN, PEV, BE e PS, sobre a morte assistida, agendada para o dia 29 de maio (…).



Aliança Evangélica Portuguesa | Pastor Jorge Humberto, em representação do Presidente da Aliança Evangélica Portuguesa, Dr. Pedro Calaim


Comunidade Hindu Portuguesa | Sr. Kiritkumar Bachu


Comunidade Islâmica de Lisboa | Sheik David Munir


Comunidade Israelita de Lisboa | Rabino Natan Peres


Igreja Católica (Apostólica Romana) | Cardeal Patriarca D. Manuel Clemente


Patriarcado Ecumênico de Constantinopla | Arcipreste Ivan Moody


União Budista Portuguesa | Eng.º Diogo Lopes


União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia | Pastor António Carvalho, em representação do Presidente da União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia, Pastor António Amorim (2).


Ecumenismo: não é mais tempo de puxar brasa para a própria sardinha


“Acho que nós cristãos ainda temos que caminhar muito no sentido de nos unirmos porque fazemos parte de uma única família”, ressalta o bispo da Diocese de Almenara, Minas Gerais, Dom José Carlos Brandão Cabral.


Dom Cabral diz que no mundo moderno hoje, na sociedade atual, não calha mais ficar cada um puxando brasa para a própria sardinha. “Acho que nós cristãos ainda temos que caminhar muito no sentido de nos unirmos porque fazemos parte de uma única família”.


Tratamos do ecumenismo, um dos temas de particular importância no Concílio Vaticano II, tendo recebido deste um ulterior impulso na caminhada da Igreja católica na relação com as demais confissões cristãs.


Como é sabido, a Igreja católica no Brasil tem feito um esforço nesse sentido, inclusive promovendo iniciativas ecumênicas como a Campanhas da Fraternidade - como a última, por exemplo, (3).


Não há nenhuma dúvida que para promoção da paz, comunhão, justiça e ganhar respeitabilidade e ação transformadora aceita pela opinião pública requerem das igrejas e religiões uma profunda transparência de unidade concreta para o bem-estar da humanidade. Para tudo o fundamento é o amor abissal!


Frei Inácio José do Vale

Professor e conferencista

Sociólogo em Ciência da Religião

Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas


Fontes:


(1)http://www.snpcultura.org/bartolomeu_encontra_se_com_papa_francisco.html - 24/05/2018.


(2)http://ecclesia.org.br/news/2013/?p=25045



(3)https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-05/dom-cabral-almenara-ecumenismo-puxar-brasa-propria-sardinha.html


Papa Francisco e Patriarcas Clamam Pela Paz no Oriente Médio

Não há "alternativa possível à paz": o Papa Francisco lançou um forte apelo em prol do Oriente Médio, terra "pisoteada" por interesses de outros, devastada por causa da corrida ao armamento, explorada nas suas riquezas energéticas. O Pontífice, também em nome das Igrejas cristãs reunidas no dia (07/07/2018) na cidade italiana de Bari, levantou sua voz e disse ao mundo uma série de "Basta!": "Basta aos benefícios de poucos na pele de muitos! Basta às ocupações de terras que destroem os povos! Basta usar o Oriente Médio para lucros não relacionados ao Oriente Médio!”.

Bari viveu um dia histórico com o Papa e com os líderes das Igrejas Cristãs de todo o Oriente, da Terra Santa ao Egito, do Iraque à Síria, do Líbano à Turquia. Todos em uma oração comum para dizer à humanidade que os conflitos na área, tão estratégicas para todas as potências do mundo, deveriam cessar. A cidade de Bari foi escolhida porque conservam as relíquias de São Nicolau, Santo dos católicos e ortodoxos, amado por cristãos de todas as latitudes, capaz de reunir onde sutilezas teológicas ainda dividem. Portanto, partir novamente do diálogo entre cristãos para ser uma presença pacificadora nesta região tão atormentada.

Eles chegaram à capital da região italiana da Apúlia com seus pastorais pesados, com seus “chapéus” pretos, as cruzes de características diferentes, dependendo do rito. E também com orações antigas, em siríaco, assírio, grego, árabe. Ao lado do Papa há dezessete patriarcas, um líder luterano e uma representante, única mulher do evento, do Conselho das Igrejas do Oriente Médio. Um caminho não fácil, a estrada do ecumenismo, mas fortemente desejado por Francisco, que nos anos não somente continuou o diálogo, mas estreitou ainda mais as relações de amizade, como por exemplo com o Patriarca Bartolomeu, com o Papa Copta, Tawadros e com SS o Patriarca Mor Ignatius Afrem II, Sumo Pontífice da Igreja Universal Siríaca Ortodoxa de Antioquia e de todo Oriente, Presidente do Conselho Mundial das Igrejas Ortodoxas Orientais.

Foi um evento que não tem precedentes no âmbito da sinodalidade por parte das igrejas cristãs, “sinodalidade significa caminhar juntos e nunca ocorreu um encontro entre tantas igrejas cristãs; ocorreu em Bari em nome de São Nicolau”, comentou o arcebispo de Bari-Bitonto, Dom Francesco Cacucci.

A oração ecumênica pela paz no Oriente Médio, à beira-mar de Bari, ressoou poderosa e coral com cantos antigos e invocações em várias línguas. O Papa Francisco, os Patriarcas das Igrejas cristãs do Oriente Médio e todos os peregrinos e fiéis presentes, tornaram-se uma única grande voz. O fato de tantas igrejas terem se reunido para invocar a paz e refletirem juntos sobre o dom da paz é um importante passo em direção à unidade que todos esperamos.

Esse encontro em Bari foi um marco na história do cristianismo e uma ação ecumênica que resultará grandiosos benefícios em prol da unidade plena. Em si esse encontro já proporcionou um monumental bem-estar de irmandade fraternal evangélica. Ricas tradições orientais e ocidentais somam para embelezar e enriquecer o mundo de fé, amor, esperança, espiritualidade, teologia, monasticismo e a Divina Liturgia. Unidas às igrejas podem fazer muito mais em prol da humanidade em todos os sentidos da dignidade humana. Amor, comunhão e serviço são atitudes dos operários que revelam o projeto do reino de Deus.

Frei Inácio José do Vale

Professor e conferencista

Sociólogo em Ciência da Religião

Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas

  

Fonte:

https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2018-07/editorial-uma-unica-grande-voz-bari-ecumenismo.html


Rumo à Unidade Plena 


O encontro ecumênico de oração do Papa Francisco e dos Patriarcas das Igrejas cristãs do Oriente Médio, realizado em Bari em 7 de julho de 2018, na visão do cardeal Louis Raphael Sako. Os medos e as esperanças dos cristãos no Oriente Médio abalado por guerras e tensões, mas também a mensagem para o Ocidente: redescobrir as raízes da fé sem se reclinar na indiferença. 


"Estávamos dentro do ônibus, com o Papa Francisco e os outros patriarcas e líderes das Igrejas, e enquanto percorríamos a Beira-mar de Bari para ir à oração, as pessoas nos cumprimentavam e gritavam ‘unidade, unidade, unidade’. Por um momento eu vi naquele pequeno ônibus coberto, a imagem do barco da Igreja que navega em direção àquele objetivo desejado por todos, que é a unidade". 


Este foi um dos momentos que sintetizam o espírito do encontro do Papa Francisco e dos líderes e patriarcas das Igrejas cristãs do Oriente Médio, realizado em Bari, cidade de São Nicolau. Mas não é a única imagem que o Patriarca Caldeu de Bagdá, o cardeal Louis Raphael Sako, guardou daquele dia de profundo significado ecumênico. Há também aquela no adro da Basílica de São Nicolau - no final do encontro a portas fechadas - mais uma vez todos juntos, em torno do Papa Francisco, que leu a saudação, e após o voo das pombas como sinal de paz. A veneração das relíquias de São Nicolau, a oração à beira-mar e o encontro a portas fechadas: tudo em cinco horas. “Foi um tempo do Espírito durante o qual cada um de nós falou, foi confrontado, escutou e, acima de tudo, orou”. 


É o que revela o cardeal Sako - tudo com extrema familiaridade. A mesma com o qual o Papa Francisco pediu ao patriarca Bartolomeu para conduzir a oração pela refeição oferecida pelo arcebispo de Bari, Mons. Francesco Cacucci. 


Oriente Médio, terra fértil banhada pelo sangue dos mártires. Não obstante tudo - observou o cardeal - "o Oriente Médio continua sendo uma terra fértil, porque banhada, por dois mil anos, pelo sangue de milhares de mártires de todas as Igrejas". “Este sangue inocente trará a paz. Fizemos propostas concretas para promover a paz e a reconciliação”. 


Uma mensagem para o Ocidente 


Na via da solidariedade e da paz, o caminho para a unidade se faz mais rápido. "A nossa gente agora, espera algo de nós, para tal é importante que este encontro não permaneça isolado!". “Não se pode voltar atrás à oração de Jesus pela unidade nos levará longe”. 


“Talvez a unidade já exista, o que falta é a coragem de expressá-la”. “Precisamos fazer algumas renúncias, alguns sacrifícios". O encontro em Bari, diz o cardeal com voz firme, lançou "uma grande mensagem de unidade não só para o Oriente, mas também para o Ocidente, cujos cristãos são chamados a proclamar o Evangelho sem vergonha, sem reclinar-se na indiferença”. O compromisso dos cristãos no Ocidente é renovar a fé, redescobrir suas raízes. O sofrimento dos cristãos no Oriente Médio também é para o Ocidente. De Bari, uma cidade que mantém o Oriente e o Ocidente juntos, uma mensagem diferente não poderia sair (1). 


Encontro ecumênico em Bari 


“Em Bari, emergiu o ecumenismo da vida, da convivência e, sobretudo da colaboração, na ajuda recíproca", disse o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch. O ecumenismo da santidade porque tudo depende da vontade de Deus, de buscar a sua vontade que é a paz e a fraternidade. Enfim, emergiu o ecumenismo do martírio. “O martírio branco pelo testemunho, mas também o martírio vermelho pelo sangue derramado dos cristãos”, frisou ainda o cardeal Koch (2). 


Igrejas Católica e Ortodoxa reconstroem igrejas, mosteiros e casas na Síria 


As Igrejas Católica e Ortodoxa Russa prosseguem com o plano de reconstrução de igrejas cristãs e mosteiros destruídos durante a guerra na Síria, confirmou à Ag. Tass, o Metropolita Hilarion de Volokolamsk, presidente do Departamento de Relações Exteriores da Igreja Ortodoxa Russa. A criação de um grupo de trabalho entre as duas Igrejas havia sido anunciado em outubro de 2017. A Ação não se limita à reconstrução de igrejas, mas também de moradias, “questão para a qual são necessários tanto os esforços do Estado como da Igreja”, disse o Metropolita na ocasião. "Nós assumimos a reconstrução, e algumas igrejas e mosteiros estão sendo reconstruídos agora. Em particular, o trabalho de restauração está chegando ao fim em Maaloula. É um dos principais locais sagrados da Igreja Ortodoxa de Antioquia, um convento construído no local onde a língua aramaica era falada até a pouca", disse Hilarion. "As monjas foram forçadas a deixar o local, mas agora esperamos que elas possam regressar” (3). 


“Nos momentos escuros da história não se resignam com a escuridão que tudo envolve, e alimentam o pavio da esperança com o azeite da oração e do Amor [...] e quando se estende a mão para o irmão sem buscar o interesse, arde e resplandece o fogo do Espírito [...] Disse o Papa Francisco” (4). 


O Papa Francisco realizou essa gloriosa missão em Bari em prol dos benefícios das Igrejas cristãs em frente aos territórios por onde se encontra o povo de Deus que clama por paz e bendita esperança. Enfrentar com coragem e perseverança, com atos concretos, os desafios da humanidade mostram uma exortação em seu testemunho, mas uma ação de política e ecumênica fundamentada no Evangelho de Cristo. O ecumenismo é uma das mais belas expressões do amor a Deus, aos irmãos, o serviço pela unidade plena e pelo bem-estar de todos. 


Frei Inácio José do Vale 

Professor e conferencista 

Sociólogo em Ciência da Religião 

Fraternidade Sacerdotal JesusCáritas 


Fontes: 


(1)https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-07/papa-francisco-bari-cardeal-raphael-louis-sako-patriarca-caldeu.html


(2) https://www.vaticannews.va/pt/vaticano/news/2018-07/encontro-ecumenico-bari-cardeal-koch-devemos-continuar.html 


(3) https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-07/igreja-catolica-igreja-ortodoxa-russa-reconstrucao-igrejas-siria.html 


(4) https://www.vaticannews.va/pt/igreja/news/2018-07/artigo-papa-francisco.html



  

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