quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

SER HERÓI OU VÍTIMA?

 

SER HERÓI OU SER VÍTIMA?


“Conhecer a sua própria escuridão é o melhor método para lidar com a escuridão dos outros”, disse Carl Gustav Jung (1875-1961), psiquiatra e psicanalista suíço que fundou a psicologia analítica. 


Quando nós entendemos como protagonistas da realidade que nos cerca, com certeza, deixamos a situação de vítimas e da nossa própria opressão. Somos libertos de culpar a família, a sociedade, o mundo inteiro e a nós mesmos pela atitude sapiencial e amorosa do nosso ser. 


Frequentemente, costuma-se dizer aquilo de que na vida só se tem dois finais: ser herói ou ser vítima. Porém, não é necessário chegar a estes sutis extremos. Basta, simplesmente, ser você mesmo. Agora, também sabemos que, às vezes, o desafio complicado de ser você mesmo se choca com os interesses dos demais. 


A convivência não é fácil, mas, apesar das dificuldades e das possíveis desavenças, jamais devemos cair no abismo de ser vítimas de nossas próprias histórias, de nossos mapas pessoais. Os golpes da vida são os que nos ensinam a ser resilientes. Se não somos capazes de dar voz às nossas necessidades e resposta aos nossos vazios, seremos como náufragos à deriva nestes mares tão complicados. Assim, lembre-se: seja sempre você mesmo. Seja herói da história que deseja contar aos outros no dia de amanhã. 


Começaremos diferenciando, em primeiro lugar, a vítima do vitimismo. Temos certeza de que ao longo de sua experiência, conheceu muitas dessas pessoas que usam o vitimismo. Trata-se de um tipo de manipulação e de gestão emocional realmente destrutivo. Apresentam um tipo de atitude onde projetam a culpa de tudo o que lhes ocorre sobre os demais. O vitimismo crônico é um transtorno realmente complexo que chega a destruir entornos familiares e muitos relacionamentos. Porém, esclarecido esse ponto, vejamos essas situações nas quais habitam as autênticas vítimas. As que atuam com amor e são destruídas apesar de sua nobreza. Esta realidade é muito comum. Pouco a pouco, as pessoas deixam de ser protagonistas de sua própria vida. Porém, o mais complexo é que o fazem por amor, por carinho aos demais. 


Conhecer a nossa escuridão é lidar com as nossas incompatibilidades para entender a nossa interioridade e proporcionar a luz do coração e da razão no nosso comportamento e relacionamento afetivo com os outros. 


Deletar tudo aquilo que é danoso em nossa vida e construir possibilidades de heroísmos, para isso temos a resiliência e ajuda de profissionais da saúde mental. Transforme-se no herói de sua própria história. Vitimista jamais, e sim uma vida plena com saúde física, emocional e espiritual! 


Dr. A. Inácio José do Vale 

Psicanalista Clínico, PhD 

Escritor e Conferencista 

Professor de Pós-Graduação na Faculdade Norte do Paraná 

Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ. E da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ.

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