Menos Católicos na América Latina
Afirma o presidente do Pontifício Conselho para a Cultura no Vaticano, Cardeal Dom Gianfranco Ravasi: “O cristianismo imprimiu a alma às nossas nações, à sua cultura, à própria sociedade e à vida.
Espoliá-las dos sinais cristãos significa, no fim de tudo, destruir-lhes o coração. Perder os valores genuínos cristãos não significa apenas toldar a nossa própria identidade e realidade, mas desvanecer a beleza, a profundidade, a riqueza interior” (1).“Será que a América Latina continuará sendo católica? Região é considerada a “joia” do catolicismo, mas o número de fiéis tem diminuído”, escreve o jornalista, diretor geral do jornal católico "El Observador" (2).
A Igreja Católica no Brasil, com 149.550.000 membros e no México, com 111.000.233 são, historicamente, as “joias” do catolicismo mundial (e da América Latina, em particular).
Aqui está o bom exemplo da semente plantada com amor desde o ano de 1492, quando Colombo topou com o “Novo Mundo”. No entanto, as coisas mudaram. Em maio de 2007, em Aparecida, os bispos de todo o continente, encabeçados pelo então cardeal de Buenos Aires, Jorge Mario Bergoglio, lançaram um pedido de ajuda: não temos mais que sorrir. Temos que agir e pronto.
Por que um Papa argentino?
Talvez uma das principais razões de um latino-americano ter sido escolhido o primeiro Papa do “Novo Mundo” tenha sido a diminuição constante do rebanho na região mais católica do mundo.
Basta lembrar que, em 1970, 92% dos habitantes da América Latina eram católicos. Hoje, segundo uma empresa de pesquisas do Chile (a Latinobarómetro), são 59%.
É importante destacar também que outro instituto, o Pew Reserch Center, diz que 69% da população da América Latina é católica.
As projeções, entretanto, mostram que a região não será mais a “joia” do catolicismo em 2030: a África terá mais católicos.
A Europa, por outro lado, está se perdendo. O berço do catolicismo abriga atualmente apenas 22% da população católica do mundo. Então, os cardeais, depois da renúncia de Bento XVI, dirigiram seus olhos para a América Latina. Foi uma forma de controlar a hemorragia que estava sofrendo Igreja Católica.
Francisco conseguiu deter o êxodo de católicos?
A pesquisa do Latinobarómetro é a primeira a revelar que, quase cinco anos depois de iniciado seu papado, o pontífice argentino não conseguiu controlar a saída de milhares de pessoas da fé católica. De acordo com o estudo, o percentual de católicos na América Latina caiu oito pontos desde que Francisco foi eleito.
A queda mais acentuada foi no Chile. A população católica do país passou de 56% em 2013 para 45% em 2017. Parte disso se deve à crise aberta pelos encobrimento de casos de abusos sexuais pelo clero.
Honduras, segundo a pesquisa, é o primeiro país da região em que os protestantes superam em número os católicos: 39% da população é protestante e 35% católica.
Conclusão
Há um menu de não pertencer a nenhuma igreja ou religião como um fator futurista, assim como também não ter fé com o progresso da ciência e o avanço tecnológico. Com a enganosa teologia da prosperidade, a confusa e fracassada teologia da libertação, o conservadorismo, fundamentalismo e intolerante posições religiosas vão somar a decadência da fé cristã. Continuará configurações de espiritualidades livres, tomadas de ternuras, afetividades, sapiencialidades e epistemológicas.
O sagrado acompanhará a humanidade dentro do contexto do inconsciente, do arquétipo e da crise existencial, do cultural e antropológica. Amor, carícia e caridade são intrínseca a toda dimensão da infinidade humana. Daí a cultura da ternura como abissal missão acolhedora!
Frei Inácio José do Vale
Professor e conferencista
Sociólogo em Ciência da Religião
Fraternidade Sacerdotal Jesus Cáritas
Bem-aventurado Charles de Foucauld
Fontes:
(1) http://www.snpcultura.org/sem_sinais_cristaos.html
(2) https://pt.aleteia.org/2018/08/06/sera-que-a-america-latina-continuara-sendo-catolica/
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