quinta-feira, 20 de abril de 2023

A ESPIRITUALIDADE DO IR. CARLOS

 

A Espiritualidade do Irmão Carlos de Foucauld-Por René Voillaume


Com Jesus, em Nazaré, no deserto e nos caminhos dos homens


“O Padre Carlos de Foucauld, por sua parte, sempre concebeu a sua vida religiosa consagrada como uma participação da forma de vida de Cristo (…)”. Ele deixa tudo para entrar na vida monástica, porque não pode con ceber o amor sem uma imperiosa necessidade de viver unicamente para Aquele que ama, de imi tá-lo em tudo e de partilhar a sua condição de vida. A regra de vida do irmão Carlos pode resumir-se na sua decisão de imitar Jesus tal como o Evangelho lho revela. É então que desco bre no desenrolar da existência terrestre de Cristo como que três maneiras de viver: em Nazaré, no deserto, e pelos caminhos como operário evangélico. Esta intuição tão simples revelou-se nele extraordinariamente fecunda e dominou sua mar cha espiritual. O Irmão Carlos esteve constantemente atento para fazer de sua vida uma imi tação sempre mais fiel daquela de seu bem-amado irmão e Senhor Jesus.

Entre estas três maneiras de viver de Cristo, escolheu imitar particularmente a primeira, em Nazaré. Todavia esta escolha não o impede de seguir Jesus também no deserto e nos caminhos da evangeli zação dos homens. Como poderia ser de outra forma para quem escolheu dar-se a Cristo Jesus cuja vida e missão não poderiam ser perfeitamente compreendidas nem participadas através de um único modo de vida, concebido como excluindo os outros?

Quanto mais você frequentar o irmão Carlos esforçando-se para melhor compreender o fundo de sua alma, mais compreenderá como nele esta intuição dos três modos de vida de Cristo é característica. “Efetivamente, é um dos traços essenciais de sua mensagem”. (Mensagem extraída do livro “Sentinelas de Deus na Cidade”, de René Voillaume. São Paulo: Ed. Paulinas, 1976).


A Vocação


“A minha vocação religiosa nasceu no mesmo momento da minha fé: Deus é tão grande! Há uma diferença tão grande entre Deus e tudo o que não é Ele…” (Carta a Henry de Castries, 14 de agosto de 1901).


A Oração


“Não procura organizar, preparar a fundação dos Pequenos Irmãos do Sagrado Coração de Jesus: apenas vive como se tivesses de ficar sempre sozinho. Se estais em dois, em três, num pequeno número, vivai como se nunca tivésseis de se tornar mais numerosos. Reza como Jesus, tanto quanto Jesus, reservando como ele um lugar sempre muito grande para a oração… Sempre à imagem dele, deixa muito espaço para o trabalho manual, que não é um tempo subtraído da oração, mas doado à oração; o tempo de teu trabalho manual é um tempo de oração. Reza fielmente todos os dias o breviário e o rosário. Ama Jesus de todo o teu coração (dilexit multum), e a teu próximo como a ti mesmo por amor dele… A tua vida de Nazaré pode-se fazer em qualquer parte, viva-a no lugar mais útil ao próximo.” (Meditação de 22 de julho de 1905). 


Para uma meditação profunda do pensamento do irmão Carlos de Jesus:

“Jesus só merece ser amado apaixonadamente. Quando se ama, imita-se”. 

A vida e os ensinamentos do nosso amado Pai Espiritual Charles de Foucauld são respostas e propostas abissais para uma caminhada profunda consigo mesmo, com Deus, com o próximo e contra tantas boçalidades e superficialidades da era pós-moderna. Sua experiência espiritual é algo tremendamente impactante, por isso ela tem atitude forte e grandiosa para os corações desejos de fortalezas infinitas!


Seu axioma: “Gritar o Evangelho com a própria vida”. “Todos os nossos atos devem gritar o que somos de Jesus”.


Inácio José do Vale, FCF

Psicanalista Clínico, PhD.

Sociólogo em Ciência da Religião

Professor de Psicologia e Cultura Religiosa no

Centro Educacional Católico Reis Magos

Fraternidade Sacerdotal JesusCáritas - Charles de Foucauld

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