quinta-feira, 14 de março de 2024

DIA MUNDIAL DA RELIGIÃO



21 de Janeiro “Dia Mundial da Religião”

No Brasil também se comemora, nesta mesma data, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que foi instituído pela Lei Federal nº 11.635, de 2007.

“A caridade é a essência da religião que obriga o cristão a amar o próximo, isto é todo o ser humano, como a si mesmo”, afirmou São Charles de Foucauld.

“Seguir Jesus é imitar Jesus em tudo, partilhar a sua vida como o faziam a Santíssima Virgem, São José, os apóstolos, isto é, por um lado, conformar como eles a nossa alma à dEle, convertendo o mais possível a nossa alma à sua alma infinitamente perfeita; por outro lado, conformar como eles a nossa vida exterior à dEle, partilhando como eles fizeram, a sua pobreza, a sua humilhação, os seus trabalhos, os seus cansaços, enfim tudo o que foi a parte visível de sua vida... Na dúvida de fazer ou não alguma coisa, perguntar-se o que teria feito Jesus em nosso lugar e fazê-lo. Não imitar tal ou tal santo, mas só a Jesus”, ensina o eremita São Charles de Foucauld.

De forma evangélica magistral o eremita declara: “Não há, creio eu, palavra do Evangelho que mais me tocou profundamente e transformou a minha vida do que esta: ‘Tudo aquilo que fazeis a um destes pequeninos, é a Mim que o fazeis.’ Se pensarmos nestas palavras que são do Verbo não criado, da sua boca que disse ‘Este é o meu Corpo…este é o meu Sangue’, com que força seremos movidos a procurar e a amar Jesus nestes 'pequeninos', nestes pecadores, nestes pobres”.

Poema do Eremita São Charles de Foucauld

O eremita do deserto do Saara que com a vida o Evangelho grita!

Homem da eucaristia, de oração, adoração, vigília e da alegria!

Irmão Universal, ecumênico que para todos estende as mãos com bênção celestial.

Silencioso, meditativo, contemplativo, amoroso e bondoso.

De coração total de amor e paixão por Jesus Cristo com palavra e ação.

Seu exemplo é amado, imitado, continua inspirando inúmeros fiéis, seminaristas, diáconos, padres, missionários e bispos pelo seu legado.

Mentor da Espiritualidade de Nazaré que ilumina a vida de trabalho, humildade, caridade, com exemplo apagar a ostentação pelo poder e a busca do último lugar.

Sua obra contempla a Sagrada Família, a missão eclesial, a mística abissal e vai ao encontro do Absoluto numa caminhada evangélica radical - (Frei Inácio José do Vale).

Viver a religião é viver o amor. Caridade, fé, fraternidade, servir em prol do bem-estar do próximo, são práticas essenciais da religião. Religião é emoção por fazer o bem, é amor, paixão, coração e razão!

Prof. Dr. Inácio José do Vale

Especialista no Ensino de Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson - Araras/SP.

Doutor em Ciências Sociais da Religião pela American Christian University-USA.

 


Sociologia e Ciência da Religião

21 de Janeiro “Dia Mundial da Religião”.

Sociologia da religião busca explicar empiricamente as relações mútuas entre religião e sociedade. Os estudos fundamentam-se na dimensão social da religião e na dimensão religiosa da sociedade. Tais estudos configuram na dimensão social, política, econômica, artística, cultural e espiritual. Seu contexto sociológico é holístico.


Um ramo da sociologia bastante discutido é a sociologia da religião. A sociologia da religião busca discutir as formas como a religião encorpada como uma instituição social influencia e é influenciada pelos agentes sociais que a constrói. Além de influenciar a sociedade e ser influenciada por ela, na sua forma de instituição social (a igreja), a religião toma proporções fora da sua forma convencional de representação, esse manifestando dentro de várias das instituições contidas dentro da sociedade, como a família, o trabalho e até no próprio estado.


Um dos primeiros sociólogos a tratar da sociologia da religião foi o alemão Max Weber com o seu Clássico: A ética protestante e o espírito do capitalismo, onde o mesmo trata de como a ética das religiões protestantes influenciava na formação dos países capitalistas mais desenvolvidos. Além de Max Weber, o francês Émile Dukheim fez da religião seu objeto de estudo, em uma de suas últimas obras, as formas elementares da vida religiosa, onde o mesmo trata do fenômeno religioso buscando tratar a partir da vida da religião de aborígenes australianos.


Logo após muitos cientistas sociais se debruçaram sobre o assunto, dentre eles o francês Marcel Mauss, o judeu-checo nascido na França e mais tarde naturalizado britânico Ernest Gellner, o britânico Edmund Leach e o austro-americano Peter Berger. Atualmente vários processos de transformações do contexto religioso mundial, como o sincretismo, a presença do sagrado e do profano no cotidiano humano, as novas religiões e novas formas de prática religiosa, o “estado laico”, a intolerância e o fundamentalismo religioso amplia cada vez mais o campo da sociologia da religião.


“Podereis encontrar uma cidade sem muralhas, sem edifícios, sem ginásios, sem leis, sem uso de moedas como dinheiro, sem cultura, sem letras. Mas um povo sem Deus, sem orações, sem juramentos, sem ritos religiosos, sem sacrifícios, que nunca se viu”, disse Plutarco (ca. 46 d.C. – 120 d.C.), foi um historiador, biógrafo, ensaísta e filósofo médio platônico grego, conhecido principalmente por suas obras Vidas Paralelas e Morália.


“O homem pode ignorar que tem uma religião, como pode também ignorar que tem um coração; mas sem ambos, não pode viver”, afirmou Leon Tolstói (1828-1910), foi filósofo e escritor russo, amplamente reconhecido como um dos maiores de todos os tempos. É mundialmente conhecido pelos célebres romances Guerra e Paz e Anna Karenina.


“Se alguém pensa ser piedoso, mas não refreia a sua língua e engana o seu coração, então é vã a sua religião. A religião pura e sem mácula aos olhos de Deus e nosso Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas aflições, e conservar-se puro da corrupção deste mundo”, escreveu São Tiago Apóstolo. (Tiago 1, 26 – 27).

O estudo comparado das religiões começou com o filósofo e mitólogo alemão Max Muller (1823-1900), em Mitologia Comparativas 1856. Na antiguidade, a partir do contato estabelecido entre as várias religiões, uma série de comparações foi elaborada como a identificação dos deuses romanos com os deuses dos povos conquistados. Sua obra principal é a coleção Livros Sagrados do Oriente (51 volumes publicados de 1879 a 1910; com traduções eletrônicas a partir de 1997), fonte essencial da história das religiões e da mitologia comparada, serviu de base para a criação da disciplina acadêmica Ciência da Religião por Müller. É considerado o Pai da Ciência da Religião.


“O homem é um ser religioso. Ele tem dentro de si uma força, um dinamismo que o impele para Deus”. “Entre todos os meus pacientes de mais de trinta e cinco anos não há nenhum cujo problema não fosse o da religação religiosa. A raiz da enfermidade de todos está em terem pedido o que a religião deu a seus crentes, em todos os tempos; e ninguém está realmente curado enquanto não tiver atingido, de novo, o seu enfoque religioso”, afirmou o renomado psiquiatra e psicanalista suíço Carl G. Jung (1875-1961).


A Ciência da Religião na abordagem científica da espiritualidade, flui na dimensão litúrgica a promoção da dignidade humana, na integralidade respeitosa, caridosa, ética e de fraternidade universal na liberdade de culto, de crenças e de grandiosas realizações em prol do bem-estar de todos.


Prof. Dr. Inácio José do Vale

Especialista no Ensino de Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson - Araras/SP.


Doutor em Ciências Sociais da Religião pela American Christian University-USA.





Tolerância religiosa

21 de Janeiro “Dia Mundial da Religião”.

No Brasil também se comemora, nesta mesma data, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que foi instituído pela Lei Federal nº 11.635, de 2007.

“A tolerância é a melhor das religiões”, afirmou o renomado escritor francês Victor Hugo (1802-1885), que foi um romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos de grande atuação política em seu país.

É a partir desse célebre pensamento que o respeito pela dignidade humana, sua liberdade de professar as suas crenças e em prol da tolerância, deve-se afastar radicalmente de qualquer forma de fanatismo, fundamentalismo e de extremismo religioso. Para quem professa a fé, não há espaço para intolerância religiosa, e sim, pelo espaço que é todo tomado pela caridade, pela amizade e pela paz.

“Mesmo que se alguém quisesse, não poderia nunca crer por ordem de outra pessoa. É a fé que dá força e eficácia à verdadeira religião que leva à salvação”, escreveu o filósofo e educador inglês John Locke (1632-1704), que defendia a liberdade intelectual e a tolerância religiosa. Para ele, há uma vida pacífica explicada pelo reconhecimento dos homens por serem livres e iguais.

John Locke ao defender a tolerância religiosa partindo da separação entre Estado e Igreja e estabelecendo funções diferentes para cada uma dessas instituições, assim como poderes próprios para a realização de suas devidas funções. O pensamento de Locke sobre tolerância religiosa encontra-se, em suas Cartas sobre tolerância de 1689.

Para entendermos o que a tolerância religiosa quer dizer, é importante compreendermos o conceito do termo tolerância e como ele é aplicado para o caso do respeito entre religiões, crenças e espiritualidades.

Um ato pode ser considerado como tolerante quando respeita e aceita as divergências nos diversos âmbitos da vida. A partir dessa concepção, pode-se entender que a tolerância religiosa se relaciona com o respeito mútuo e a aceitação da existência de diversas crenças religiosas.

A tolerância religiosa se trata do ato de aceitar e consentir sobre a existência de diferentes religiões, em que o respeito aos seus cultos e convicções são preservados. Como consequência, essa tolerância pode ser vista como fundamental para que a liberdade religiosa seja protegida e preservada.

Desde a publicação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), em 1948, pela Organização das Nações Unidas (ONU), a liberdade religiosa é reconhecida em nível internacional como parte dos direitos humanos. Assim, o direito à liberdade religiosa garante a livre manifestação de crenças, cultos e práticas religiosas, assim como a liberdade de adotar ou não uma religião.

A Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Intolerância e Discriminação Fundadas na Religião ou nas Convicções, adotada pela ONU em 1981, expressa que:

“A discriminação entre os seres humanos por motivos de religião ou de convicções constitui uma ofensa à dignidade humana e uma negação dos princípios da Carta das Nações Unidas, e deve ser condenada como uma violação dos direitos humanos e das liberdades fundamentais […]”.

O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, 21 de janeiro, foi instituído pela Lei Federal nº 11.635, de 2007, e faz parte do calendário cívico da União.

Em 11 de janeiro de 2023, foi sancionada a Lei 14.532, que tipifica como crime de racismo a injúria racial, prevê pena de suspensão de direitos, em caso de racismo praticado no contexto de atividade esportiva ou artística, e ainda penas para o racismo religioso, recreativo ou praticado por funcionário público.

A profunda meditação sobre a tolerância religiosa na pós-modernidade está abissalmente marcada pela noção da dignidade humana do mais alto respeito, da liberdade de consciência, da ética e do direito. A funcionalidade de crenças e as práticas da fé, servem para promover a caridade, a fraternidade, a radicalidade da paz e a espiritualidade na promoção do bem-estar integral de todos.

Prof. Dr. Inácio José do Vale

Especialista no Ensino de Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson - Araras/SP.



Doutor em Ciências Sociais da Religião pela American Christian University-USA.

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