segunda-feira, 21 de agosto de 2023

ESCRAVIDÃO MODERNA

 

ESCRAVIDÃO MODERNA

Disse o Papa Francisco: “Escravidão não é algo de outros tempos, mas tem profundas raízes e se manifesta ainda hoje de várias formas: “tráfico de seres humanos, exploração do trabalho por meio de dívidas, exploração de crianças, exploração sexual e trabalho doméstico forçado são algumas das muitas formas”. Cada uma delas “é mais grave e desumana que a outra”.


A chamada escravidão moderna atinge mais de 45,8 milhões de pessoas no mundo, segundo o Índice Global de Escravidão, publicado pela Fundação Walk Free, da Austrália. A maioria (quase 35%) está na Ásia.


Na América Latina, são 2,16 milhões de trabalhadores, 161,1 mil deles no Brasil - em 2014, eram 155,3 mil. Segundo o relatório, a incidência desse crime é maior nas áreas rurais no país, principalmente em regiões de cerrado e na Amazônia.


A Walk Free define como escravidão "uma situação de exploração da qual não se consegue sair porque está sob ameaça, violência, coerção ou abuso de poder". Grande parte da escravidão moderna não é visível para o público - ela acontece em casas, fazendas ou outros tipos de propriedades particulares.


De forma contundente e consistente denuncia o Papa Francisco: “O crime organizado e o tráfico ilegal de seres humanos escolhem as vítimas entre as pessoas que hoje possuem meios escassos de subsistência e menos esperança de futuro”. Elas estão “entre os mais pobres, marginalizados e descartados”. A resposta, diz Francisco é criar oportunidades para um desenvolvimento humano integral, iniciando pela educação de qualidade: este é o ponto chave, “educação e trabalho”. “Devemos construir juntos uma sociedade renovada e orientada à liberdade, à justiça e à paz”.


É inaceitável que na era do progresso da ciência e do avanço tecnológico possa haver tamanha desumanidade dessa infame escravidão de seres humanos! De fato, esse é um trabalho abolicionista de todos nós. É nosso dever se esforçar de forma radical para abolir toda forma de escravatura, intolerância, discriminação, preconceito, fundamentalismo e desigualdade social. Somos responsáveis pela dignidade e bem-estar do nosso semelhante. Sejamos promotores do amor, da paz, da liberdade e da justiça!


Dr. Inácio José do Vale

Psicanalista Clínico, PhD

Professor e conferencista

Sociólogo em Ciência da Religião

Doutor em História do Cristianismo

Membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ. Membro da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ.


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